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tudo é uma festa

Onde foi parar a fita K7?


Não dá pra imaginar o mundo antes da fita K7. Me lembro um dia que meu pai herdou um gravador de rolo, era um tesouro e um trambolho. Depois esse rolo virou um carretel pequeno, facilmente transportado e customizado. Editar as próprias músicas, gravar as pessoas e poder transportar isso com vc pra todo canto foi revolucionário.

Os primeiros gravadores e as fita K7 foram criado pela Philips mas foi a Sony que surpreendeu, no final dos anos 70, com o walkman. Meu primeiro walkman, da Sony, ganhei de um namorado que o pai dele havia trazido do Japão, foi  dos presentes mais incríveis que já tinha ganho, era portátil, podia customizar as músicas e tinha um fone de ouvido revolucionário. Aquele foi o início do som individual precursor dos Ipods da vida, (e hoje não conseguimos nos imaginar sem eles).

Perguntei pra alguns amigos e muitos ainda guardam com carinho as relíquias dos seus K7s pessoais, mas nunca mais as ouviram e nem sabem se ainda funcionam.


Outro dia, no bazar Ser Sustentável com Estilo da @chiaragadaleta, me apaixonei por uma bolsa, feita em tear, com fita k7, meu saudosismo atacou e não resisti.

Mas, o que mais me intriga é imaginar o conteúdo das informações que tem dentro dessas fibras, música, uma gravação de uma festa, a voz de uma criança ou um mapa astral?

Qual o segredo guardado dentro desse tecido sintético feito em tear manual. Olho pra ela e penso lixo ou luxo? A customização da informação gravada em uma fita magnética, que já foi de alta tecnologia, foi trabalhada como uma fio natural.

Seja qual for a resposta vou passear por aí com essas informações incógnitas.

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Chiara, a maga dos tecidos


Um final de tarde  de sexta feira e 7 mulheres reunidas, 6 aprendizes boquiabertas e deslumbradas quando Chiara Gadaleta começou a desfiar seus retalhos, no workshop do bazar #SSE, Ser Sustentável com Estilo.

Pura magia! Chiara Gadaleta é uma alquimista das textura, que enxerga através dos tecidos, corta, recorta, mistura e combina o incombinável. Os padrões se fundem com maestria.

A linha não tem só cor e movimento mas tem temperatura, ela pode se fundir, se dobrar, se sobrepor de uma forma simbiótica. O velho vira novo e ela usa e abusa de qualquer, restinho de fios, tecidos, bordados.

No workshop trançou-se linha, tecido, agulhas de crochê, sonhos, desabafos e depois de muitos resgates tentou-se costurar o mundo alem dos novelos pra laçar muitas outras mulheres com juras e promessas de novos encontros.

Que venha 2011!

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Senhoras Super Poderosas, no centro de São Paulo


“The difference between men and boys is the price of their toys”

hoje no Pateo do Colégio (no centro de São Paulo) se transforma no pátio da história do motociclismo brasileiro


7:30h, manhã fria de domingo chegou cedo para uma série de matronas empoderadas de duas rodas que se preparavam para atravessar a cidade no fôlego do sua idade.

Harley Davidson motor "Panhead" 1949

Fortes e vigorosas, polidas e de banho tomado, estas senhoras motocicletas, ícones de muitas gerações, saíram de suas garagens, sem ratear, para mais uma aventura. (Encontrei essa deusa numa rua perto de casa e não resisti segui essa raridade porque não podia acreditar que ainda pudesse andar Harley Panhead)

Pra se manterem divas, elas dependem exclusivamente de seus valentes cavaleiros que não perderam o romantismo pela mecânica de uma motocicleta e se dedicam horas a fio a cada peça, encaixe e conexão para manter a juventude dessas relíquias. Esse bravos e preciosistas artesões se deliciam nesse prazer, quase sexual, de reverenciar uma moto antiga, sabem concertá-las no meio da estrada, improvisam soluções e numa relação simbiótica mantém -se fiel a velha companheira. Por mais trabalhosas ou caprichosas que elas sejam um não abandona o outro.( Sinto pela nova geração, as motos eletrônicas perderam esse glamour e criatividade, elas podem oferecer mais conforto mas não mantém vínculos tão poderosos com seus donos. Para essas nobres anciãs sobreviverem por mais algumas décadas jovens guardiões precisarão aprender “mecânica como um velho ofício ).

Na chegada ao  centro da cidade,  elas não pareciam tão idosas assim, Poderíamos até nos perguntar de que ano  seria essa foto? O cenário era perfeito, um filme de época.

A medida que se aproxima da Praça da Sé, outras tantas respeitadas anciãs de duas rodas se aproximam alvoroçadas com seus roncos bem particulares e enfrentam a valentia da prospota desse encontro que é: ” todas chegassem rodando e não sobre uma carreta”. O que faz que seus guardiões tenham mais cuidado ainda com a manutenção delas.

A cada esquina a festa promete mais espetáculos, os colecionadores capricham na apoteose de suas divas.

7º Encontro de Motos e Cia 2010, o idealizador do evento é Antonio Carlos Lopes, o encontro é  organizado pelo site http://www.motoecia.com.br, desde 2004, quando reuniu 300 motocicletas na área externa do Pateo do Colegio.

Desde então o evento cresceu, e na última edição reuniu mais de 1000 motocicletas e um público de 12 mil pessoas. Todas as fotos são de hoje, elas foram tiradas as 8:00 da manhã, desde cedo já estava bem badalado, tinha uma energia incrível e o melhor é gratuito. VALE A DICA PRO DOMINGÃO – todos estarão lá até as 16:00h.

2º PARTE

 – Não resisti e voltei depois e foi impressionante a quantidade de motocicletas antigas e de visitantes.

As antigas ficaram no pátio do lado de dentro, mas uma multidão de apaixonados por motos dominavam o lado de fora com suas poderosas de todas as idades.

originalidade é que não faltava, o pessoal levou a risca a proposta do evento

(Eu não consegui descobrir porque a palavra motocicleta é feminina, mas que é maravilhoso ver um bando de homens cuidando e paparicando dessas velhas senhoras, me fez gosto mesmo sendo só pela questão do gênero da palavra motocicleta).


Hoje dia três de julho 2011,a invasão de motocicletas clássicas no páteo do Colégio para o 8º Encontro Moto e Cia Classic promete ser o maior encontro do país, deste gênero.

O evento é organizado pelo site Moto e Cia (www.motoecia.com.br), e espera reunir mais de 900 motos clássicas, além de um público estimado em 12 mil pessoas

Para participar o motociclista precisa comparecer ao local do evento com sua motocicleta clássica, fabricada até 1979. Não há taxa de inscrição e a entrada é gratuita.

Endereço: Praça Pateo do Collegio, 02 – Centro de SP
Horário: A partir das 8hs
Entrada: Gratuita
Informações: http://www.motoecia.com.br ou 0800 015 43 21


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Vida de Garupa


Depois de ter fotografado 1.000 mães amamentando em Santos,  que tal fotografar 10.000 motocicletas juntas em Minas Gerais?

Um grupo motociclistas que adoravam Harley Davidson foram incentivados por um homem conhecido por Berg e escolheram Tiradentes como ponto de encontro para os amigos que vinham do Rio, Belo Horizonte e São Paulo. Esse encontro se tornou o clássico do clássico já que ter uma Harley é um ícone

O que começou com um grupo de 35 amigos em 1991, no ano seguinte já eram mais de 200 motos e hoje, 17 anos depois, já chega há 10.000 motos e 25 mil pessoas, sempre no último final de semana de junho.

nada melhor que passar a viagem com uma câmera na mão

Quinta- feira, nos encontramos no posto da Trabalhadores às 8:30 da manhã, o maior frio e eu com uma gripe danada. Eu poderia ter ido de carro com as mulheres de alguns amigos, mas do que vale uma viagem de moto se não enfrentar a garupa, faça chuva ou faça sol?

muitos pedágios na Trabalhadores e Dutra

No início da viagem estava muito frio pra mim. A Dutra é sempre muito tensa: caminhões, transito, mas ao entrar em Canas ( perto de Cachoeira Paulista) a viagem fica linda

Cruzar a Serra da Mantiqueira é maravilhoso, a estrada estava ótima, vazia, o asfalto sem buracos, o dia lindo e a temperatura começou a esquentar.

essa é minha parte favorita da viagem

Ser garupa normalmente é um papel bem feminino, (ainda não vi o inverso), tenho duas amigas que pilotam suas Harleys, acho o máximo mas não tenho esse pique. Adoro estar atrás, sentir o vento no rosto, vários cheiros diferentes, perceber o movimento do sol, adoro observar as sombras da moto projetada na paisagem.

Nós atravessamos várias cidadezinhas, todo mundo sai na janela pra ver o comboio, as crianças dão tchauzinho, os homens brindam com um copo de cerveja na mão, alguma mulheres olham de lado desejando estar também numa garupa.


Andar de motocicleta tem um “Q” de potência, de virilidade e de desafio, estar sendo guiada é uma experiência de papéis bem definidos do masculinos e feminino. Mesmo eu que  trabalho, me sustento e sou independente, gosto muito de estar sendo guiada e não ter que me preocupar. (É apenas uma manifestação do ser feminino).

A chegada a Tiradentes é junto com o cair da tarde, ficamos na pousada de charme Alforria, o Valério sempre nos recebe com chá de Erva cidreira natural e biscoitinhos caseiros. Nós ainda estávamos cheirando a gasolina, tomamos o chá quentinho tiramos as roupas de couro e a recompensa com um banho . Depois o encontro é no escrtório, apelido do bar Conto de Reis” pra tomar cachaça de Salinas.

A cidade fica lotada, as pousada são reservadas com 1 ano de antecedência, muitos estandes, badalação e o melhor são os ótimos restaurantes, bem requintados. Tiradentes é um dos pontos gastronômicos do país, vale a pena ir  pra lá, tem opções para todos os gostos. A arte e o artesanato são preciosos também, imperdível é a ida a Bichinho comer a comidinha mineira do restaurante da Angela também, lá foi o lugar que começou a Oficina de Agosto.


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“Isso eu aprendi com minha mãe”


O feminino, na África, manifestado com toda sua energia

Ndebele uma tribo dissidentes dos Zulus do século XVII desenvolveu uma arte tribal maravilhosa, é expressionista, geométrica, colorida e preto e branca, precisa, criativa; são casas, roupas, acessórios, muitos grafismos com significado e importância. Passar de mãe para filha é a lei das Ndebele.

as meninas de miçangas

Ao nascer as mães Ndebele colocam na cintura do bebe um cordão de miçangas brancas, a medida que cresce aumentam as cores das contas que ão trazendo diferentes significados até a maturidade.

As meninas, usam uma saia com franjas toda feita de miçangas, colares e tornozeleiras tbem com miçangas e só com a puberdade elas passam a usar outros materiais couro ou metal e muda de status no vestuário.


3 momentos da mulher em forma de boneca, casada, noiva e menina

O mais interessante na adolescência é que ela ganha um boneca, que tem xale, anéis colares de metal que representa o seu novo papel de noiva.

As noivas começam a usar colares de metal e para o casamento as pernas também são revestidas de anéis de metal. Quanto mais bens o marido tem mais argola carrega no pescoço. Essas argola tem um poder místico de conexão com a ancestralidade do feminino. Tudo é feito em tom de cerimônia e ritual de passagem


Sem régua, esquadro ou gabarito, pura inspiração. Essas mulheres são hábeis com as miçangas e revestem tudo na sua estética geométrica, copos, cabos, painéis etc. No início dos tempos da tribo (1880) usavam bosta de vaca e terra para pintar (ikghuphu) com os dedos, e com o tempo passaram a usar pigmento. As casas são coletivas, chamada Umuzi e as meninas aprendem a pintar desde criança.

Essa arte é uma reza, uma conexão com o divino, cada mulher tem uma forma individual de expressão, quanto mais personalidade ela coloca na técnica da pintura e das miçangas mais valorizada é a mulher pela tribo. A Arte Ndebele é um privilégio feminino  e todos os dias as mulheres se encontram para bordar, costurar e pintar, é como se elas continuassem a praticar a tenda vermelha. Se uma menina não sabe pintar os murais e fazer miçangas não se casa. É maravilhoso uma sociedade que valorizar a mulher por sua arte e criatividade. (morri de inveja quero ir pra lá passar o dia todo pintando, ficar toda enfeitada e ser reconhecida por isso.AMEI!!!!!!)

As cores são primarias os grafismos super geométricos e hoje está incorporados objetos do cotidiano. É pra inspirar qualquer artista, designer gráfico. Para a Bia Fioretti a cultura Ndebele é um prato cheio: cultura, tradição, arte, feminino, herança de mãe para filha, é ovalor da essência do feminino na mais pura raiz.

O Alexandre Herchcovitch, andou se inspirando nas africanas Ndebele há alguns anos, nas sua coleção de inverno.

*baseado no livro Cultures South Africa, Peter Joyce, photographs by Roger e Path de la Harpe



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Vinhos, vinhedos e boa comida na África do Sul


as vinículas de Cape Town são imperdíveis

COMIDA na África do Sul – apesar dos medos, não tive problema algum com a comida. O cardápio é feito de muita carne vermelha, algumas de caça (o que leva para mesa animais um tanto quanto exóticos hahaha). O prato típico é um ” escondidinho de carne moída”, quando pedir vegetais, não adianta, virá sempre abóbora e creme de espinafre, (até em fast food!). Se vc comer algum desses, não se espante se o gosto vier diferente,  eles colocam açúcar em vez de sal nos legumes, é meio estranho. Galinha é o prato do dia a dia e a Chiken Pie deles é muito gostosa e curry também está em todo lugar. Na África do Sul, comer  é bom, barato e sempre  farto.

Esse é um dos lugares mais especiais de Cape Town A D O R E I !!!!

o povo leva um saco de lixo preto e compra 3 peixes por 10 Rands = 3reais

Os peixes são deliciosos, o mais popular é o Snoek e o melhor “fish and chips” que comi na vida foi em Mariner’s Warf – Cape Town, lá eles pescam na hora e servem fresquinho.

os peixes estão quase vivos de tão frescos

Johannesburg – o restaurante mais legal que fui se chama MOYO (apareceu até no Fantástico), eles tem um bufet com pratos típicos da África, se vestem à caráter em uma MEGA produção e pintam o rosto dos clientes, para todos entrarem no clima. Vale a visita, o bairro é lindo de frente para o lago.

Outra dica em Johannesburg é  Doppio Zero: Descontraído, pizza, sorvetes, bar e restaurante. Resumindo: Descolado, cult, bem local, não é turístico.

o por do sol aqui é maravilhoso!!!!

Em Pretória vale a pena experimentar o Baobas


Opção excelente pra comprar comida baratinha, de qualidade e levar para o hotel. É no supermercado Woolworth, vale a pena, a qualidade é incrível e tem em todos os lugares –RECOMENDO

vista do quarto de Eikendal- sublime

Cape Town passei  o final de semana num lodge em Eikendal, lindo, lindo! A África do Sul é famosa pelas excelentes vinícolas, vale a fama.

que tal um pic nic nesse lago

Estive também visitando a Spier, uma outra fazenda, que tem uma loja de conveniencia e vc pode comprar coisinhas para comer e beber uns petiscos ou ir ao Moyo de Cape Town (Se vc perdeu o restaurante em Johannsburg, aqui vai uma segunda chance). Depois pague uns Rands e vá ver as Chitas ( não é macaco, é leopardo) vc pode entrar e ficar perto delas na reserva.

Em Durban, fiquei em Bellito, na costa do Oceano Índico, o gostos é ficar numa guest house. A cidade é de praia cheia de badalações e de restaurantes bacanas, uma ótima opção há 50km de Durban

a vista é do mar azul, azul, lá amanhece 1 hora antes do resto da África

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Kiki de Montparnasse


Essa Alice, sim, é uma Maravilha!

Alice Prin, nasceu em Chantillon-sur-Seine em 1902, aos 15 anos pra fugir do tédio e exaustão do trabalho em uma padaria resolveu aceitar uma proposta de ser modelo. Ahñ??? modelo no início do seculo XX???? Sim modelo nua, daquelas mulheres peladas que posam para pintores. Pelo menos até ser pega em flagrante, por sua mãe que ao ver a cena surta, expulsa e deserdada a menina. Alice, aos 16 anos (1918) foi viver em Paris, precisamente em Montparnasse no meio dos artistas, fazendo o que sabia fazer melhor, exibir o seu corpinho nú.

Alice se tornou Kiki de Montparnasse, a queridinha, a “popular”, a musa inspiradora de todos os artistas. Seu corpo foi retratado de todas as formas, em todos os estilos, estava em todas as exposições. Kiki não era prostituta, ela era liberada e os amantes era ela quem escolhia.

Viveu com vários artistas mas ficou muitos anos com fotografo Man Ray, posou para Kisling, Fujita, Calder,Lerger

Kiki por Kinsilig

Ela foi amiga de Utrillo, Miró, Matisse, Stravinsky, Modigliani e até de Picasso. Ela não vacilava em colocar a sua sexualidade a serviço de seus amigos, mostrava os peitos ou levantava a saia pelas mesas de bar só para arrecadar uns trocados pra algum artista amigo que tivesse necessitado de grana.

Na realidade Kiki foi uma mulher emancipada nos anos 20. Mais do que  libertina a sua maior ousadia foi ter liberdade de expressão.



Ernest Hemingway

Kiki foi musa  inspiradora em quadros, fotos, manifestos. Mas ela também foi uma artista: foi dançarina e cantora de cabaret, fez desenhos e teve sua própra exposição,  escreveu um livro de memórias de infância, que óbvio, o livro foi censurado ( censura até naquela época). Imaginem só, o prefácio de seu livro foi escrito por alguem nada menos que Hemingway: ela era maravilhosa de se ver, sendo seu rosto naturalmente bonito, ela o havia convertido em obra de arte, tinha um corpo prodigiosamente belo e uma voz agradável…. Kiki foi sem dúvida a rainha desse bairro de artista, sonho e destino de milhões de pessoas nos anos 20, e chegou a simbolizar tudo que oferecia Montparnasse”. Naqueles poucos quarteirões,  entre os anos 1900/1930, aquele grupo de artistas mudarar am o conceito da estética, Marcel Duchamp  definiu como “a primeira colônia de artistas verdadeiramente internacional


desenho que Kiki fez dos dois

Kiki, foi amante de Man Ray,  fotografo surrealista, quando se conheceram ela disse: “Conheci um americano que faz fotos incríveis. Vou posar para ele, ele tem uma pronuncia que me encanta e está sempre envolvido em ar de mistério”

Enquanto ela achava isso dele Man Ray dizia pra ela: Kiki não me olhe desse jeito, me faz sentir um estranho!”

Man Ray pediu pra Kiki posar pra ele, ela brincou dizendo que as fotos mostrariam seu pequeno defeito físico, ele insistiu até que finalmente ela aceitou.”Tirei vários retratos concentranto-me em seu rosto. Pronto desisti… outros pensamentos me atormentavam sem cessar. Disse que se vestisse e fomos a um café.

"Le violon d’Ingres" foto Man Ray

No dia seguinte, “Assim que ela chegou, mostrei as fotos e ela ficou muito impressionada e logo decidiu tirar a roupa , atrás de um biombo, enquanto eu arrumava câmera fotográfica  sentado na borda da cama.  Quando ela apareceu, disse que sentasse ao meu lado. A envolvi com meus braços e ela fez o mesmo; nossos lábios se encontraram e nos jogamos na cama. Aquela tarde não houve sessão de fotografia.


Man Ray fotografou Kiki por anos, ele é  dos primeiros artistas a trabalhar sistematicamente com a mesma modelo desse trabalho resultou a série de fotocolagem de  Kiki – uma obra surrealista da fotografia, 1924

Footage de Ki ki from the films of Man Ray and Fernand Leger. For an extra beautiful Kiki experience

filme surealista – i m p r e s s i o n a n t e – foi  feito nos anos 20


Kiki depois dos anos trinta se apaixonou por um arrecadador de impostos que tocava acordeom e piano. No inicio ele ia busca-la na saída de seus shows de Cabaré, depois aos pouco ele a afastou do grupo  e foram fazer shows em Paris, até Kiki ter seu próprio  cabaré Chez Kiki.

O espírito irreverente e desafiador de Kiki está interpretado e exposto em muitos museus pelo mundo. Kiki apesar de  toda sua liberdade sexual, nos oferece, com suas histórias um tempero especial além das cores e dos ollares brisados  que estão congelados nas paredes. Sepre me  perguntei, quem teriam sido essas modelos?

Podemos dizer que Kiki  de Montparnasse foi uma mulher impressionista com espírito e atitudes surrealista.

Bia Fioretti


No mes passado quando saí das Canárias passei 24 horas em Madrid, lá encontrei um livro El Paris de Kiki, enorme pesadissimo mas não resisti. Essa semana nem acreditei qdo vi no caderno 2 do Estadão o lançamneto dos quadrinhos. Se quiser  ler a histórinha dela de uma forma deliciosa e cheio de humor , vá nos quadrinho , se quiser conhecer a historia de Montparnasse, com mapas, convites, as historias de todos os artistas, prefira encomendar o livro, apesar do trabalhão vc fará uma  tremenda viagem !

Kiki de Montparnasse – de Catel Muller e Louis Bocquet – em português -vencedor do Prix Essentiel FNAC em Angoulême, do Grand Prix RTL Comic Strip e do Millepages BD. O livro chega agora ao Brasil pela Editora Record. Mais sobre quadrinhos aqui

ElParis de Kiki, artistas e Amantes 1900 1930 Billy Klüver Julie Martin –Tusquets editores

* base de informação dos textos e imagens dos livros acima, meramente informativo

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Vanguarda ou tradição, porque não os dois?


tia Iracema, entre 1930/40

Tia Iracema (irmã da minha bisavó) foi das mulheres mais incríveis que já conheci. Foi um grande personagem da minha adolescência.

Imagine uma senhora de mais de 80 anos vivendo nos anos 70, vestido de velhinha, sapato de velhinha, salto baixo plataforma com seu enorme dedão a mostra. O cabelo, igual da foto, branco mais macio que algodão com corte Chanel.

lata de 1971

Na época lançaram as primeiras cervejas de lata. Uma lata tão forte que não amassava. UAU! Abrir uma lata e ouvir o barulho. ZZZZZZZZ!

Tia Iracema vivia no Rio, nós morávamos em São Paulo, estávamos passando as férias na cidade maravilhosa e como de costume fomos vitar a bisavó (ela morava na rua Joana Angélica), encontrei tia Iracema a caminho da igreja Nossa Sra da Paz, quando ela me viu, me chamou de lado e mostrou, em pimeira mão e com o maior  orgulho, o relógio que tinha acabado de fazer.

Ela havia desmontado seu antigo relógio de ouro, customizou uma pulseira feita de argolas de cerveja e pequenos alfinetes dourados. Incrível!

infelizmente não herdei o arroubo criativo da titia, então criei esse modelito no photoshop

era deboche ou genialidade? Olhava o pulso dela absoutamente  fascinada,  era a coisa mais incrível  que já tinha visto,  imaginava ela rezando e a cara do padre vendo relógio da beata? KKKK (veja bem, estávamos nos anos 70 e ela já havia reciclado uma latinha de cerveja).

Só de ouvir as risadas de tia Iracema com as outras tias era motivo suficiente pra eu largar qualquer brincadeira com as outras crianças. Apelidei-a de Tiazona,  era tia + ZONA (alegria + bagunça).

meu pai, arquiteto, também era bem moderninho

Então Tiazona veio nos visitar em São Paulo, (lembre-se anos 70s). No final da tarde ela e meu pai sentaram no sofá da sala, ela pediu um cerveja preta e também queria escutar uma música, aquela, disse ela,  que começa com o barulho das moedas. Pink Floyd? Aquela música que meu pai escutava sempre e que na época eu não dava a menor bola? Foi aí, que dei valor aquele disco com capa preta com as cores do arco-íris. Se Tiazona gostava devia ser bom mesmo.

Eu, uma menina quase uma adolescente que acreditava que a pessoa mais moderna do mundo era uma tia velha irreverente. Incrível!

Ela trouxe de presente pra minha mãe o jornal do descida do homem na lua (que havia sido alguns anos antes), ela disse que era um presente para meu irmão que nasceu em 69, com o argumento nunca guardávamos a nossa memória junto com os acontecimentos marcantes que permeavam as nossas vidas.

lembro-me bem desse dia,  estava deitada no colo da minha mãe, com a cabeça na barrigão dela, na hora que o homem pisou na lua, o meu irmão deu um chute bem forte, eu levei um susto. A barriga da minha mãe era mais estranha que a lua. Ou teria um astronauta lá dentro?

Quando Tiazona morreu devia ter uns 16 anos . Fomos ao Rio para o enterro e para esvaziar o quartinho que ela vivia. Minha mãe, minha tia, e eu abrindo caixas. (sabe porque adoro fazer albuns e arrumar meus guardados? para o dia que eu morrer as pessoas entenderem a minha história e terem pena de joga-la no lixo, faço direção de arte em albuns, caixas, bloquinhos de anotações) Muitos papéis, revistas e alguns livros, fiquei com dois livros encadernados escritos a mão que iam para o lixo e uma caixa de prata com as iniciais LG ( depois conto o significado dessa inicial).

Os livros eram os diários contábeis de soldos de almirante, do falecido marido, datam desde 1907 , além disso haviam muitos documentos de patentes militares e condecorações, assinado inclusive por D. Pedro, isso será assunto pra muitos posts…aguardem

Esse é um dos books – o passado, o presente e o futuro – todos alinhados em uma tenue linha. Pra  tia Iracema o tempo era apenas uma questão de cronologia onde os 3 tinham a mesma importância.

Fazendo esse post, me dou conta que mesmo eu sendo criança já buscava uma referência do que é a magia de envelhecer. Tia Iracema é um dos vértices do feminino dessa Bia Fioretti, que tanto busca a essência nas mulheres pelo mundo.

Com essa tia, aprendi a traçar um paralelo das nossas vidas com a história – associar os contecimentos juntos na nossa memória. Hoje eu digo que ao traçar uma linha do tempo, o futuro pode estar tão eqüidistante quanto o passado. Como fazer isso? Pra mim é manter o passado consciente, os sentidos aguçados em alerta e encontrar e transformá-los em tendências. Vc não poderá prever a história mas quem sabe poderá fazer parte dela.

Ter tias fortes com um feminino marcante me faz lembrar um livro lindo, “ A Ciranda das Mulheres Sábias”,  Clarissa Pinkola Estés – que fala muito da influência de tias fortes na nossa vida. É lindo recomendo!

MEUS LOOKS:  o tal relógio sempre esteve presente na minha memória, talvez por isso sempre busque na sutilezas a tal irreverência.

Casaco alfaiataria, os botões dourados, são chaves antigas de verdade: Alessandra Hyppolito. Amor a primeira vista, quem me vendeu me afirmou que ela havia trabalhado no atelier de Vivian WestWood em Londres, não tenho certeza. Mas o casaco é um luxo faz o maior sucesso.

as chaves são de verdade, bem antigas

Relógio M&Co comprei na lojinha do MOMA NY , percebeu a sutileza????? rssss, a titia ia achar o máximo

repare na órdem dos números

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O parto da Gisele Bündchen


A mais nova modelo do parto humanizado

meia perna – A primeira vez que vi Gisele Bündchen na mídia faz uns 13 anos, ela estava na capa de uma embalagem de meias de nylon cor da pele, de uma fábrica de meias que já imprimia a sua personalidade no mercado, a Puket, . Eu trabalhava na nova campanha de propaganda dessa marca e recebi uma série de meias-calça, que me surpreenderam porque eram melhores que o padrão do mercado. Na época nas caixas das meias tinham apenas a foto do detalhe de um par de pernas na capa da embalagem.

usávamos de manhã a noite, e sempre com um par extra na bolsa, a qualquer momento puxava o fio

• corpo inteiro – A Puket inovou, quebrou o padrão da época colocou na capa das meias modelos de corpo inteiro, investiu em novas embalagens, e suas meias estavam em modelos lindas e foram clicadas por bons fotógrafos – Assim, a imágem insinuava que Gisele Bündchen estava nua, vestida só com as meia de nylon “nude”, que não apareciam.

Daquele job sobrou alguns produtos para eu usar, realmente eram ótimas, naquela época usávamos, “meia fina” em qualquer ocasião. Eu normalmente trazia ou encomendava as minhas da Century 21, ou pedia pra quem viajava pra NY, tinha uma gaveta cheia dessas meias.

• achados e perdidos – A moda mudou. Outro dia abri a tal gaveta, tipo sem querer mesmo, e achei as meias nylon, algumas ainda estava fechadas, foi aí que me dei conta que aquela jovem da capa da meia Puket era a nossa atualmente famosa Übermodel Gisele Bündchen, no início da carreira. Na época era apenas uma adolescente bonita

Gisele Bündchen nos anos 90

No país do futebol, Gisele Bunchen virou ícone nacional, nós mulheres tínhamos agora um ídolo feminino, pra mim a referencia do imagem das palavras Mulher X Brasil, no exterior, era até então, Carmem Miranda, que nem brasileira era. Digo mulher personalidade, não estereótipo de biquínis recheados de bundas e peitos.

republica das bananas

• caminhada – Gisele passa a ser reconhecida por sua beleza e a personalidade marcante de quem impõe o seu próprio estilo e não precisava desfilar com “bananas penduradas a tiracolo” em todos os sentidos.

Nós, os espectadores, passamos a ter a percepção que ela tinha uma educação cheia de conexões familiares. Era a sua família que aparecia na mídia, não as suas farras e festanças. Quantas mulheres não sentiram orgulho, como se fossemos nós mesmas, que namorássemos o herói do Titanic e o mais legal é que tivemos a impressão que foi ela que dispensou o bonitão.

Gisele Bunchen nos levava ao olimpo ou nos fazia acreditar que uma mortal poderia chegar lá. Ela, um misto Vênus com a autenticidade da mulher do interior.

essa Nossa Sra. do Bom Parto estava na parede da casa da minha avó

• dois pares de pernas – De repente ídolo se casa escondido, protege a sua gestação e quando ligo a TV escuto a chamada do programa que se diz o “show da vida” e que normalmente me arrepia de tanto show de desgraças. Sabe daquela musiquinha que nos faz lembrar que o final de semana acabou? De repente escuto a dita chamadinha mas dessa vez anuncia que a nossa mulher maravilha teve um bebe de parteira na banheira da sua casa. Como assim? Passei o final de semana com a tv ligada atenta na musiquinha.

M A R A V I L H A.!!!!! Ao decidir por um parto natural, Gisele comprova que além de poderosa é corajosa e está mais empoderada. Hoje a recém parida Gisele Bündchen foi porta voz do parto humanizado e com seu testemunho reforça a causa que tanto defendemos na Rede de Humanização do Parto e Nascimento. ReHuNa

• de pernas pro ar – Brasil é recordista mundial no número de cesarianas . A Organização Mundial de Saúde recomenda: só 15% dos partos devem ser cesáreas. Mas no Brasil, nos hospitais particulares, foram 84% no ano passado, de acordo com a Agência Nacional de Saúde. Na rede pública, 31%. Os médicos defendem a cesariana, segundo eles por uma questão de segurança mas Ministério da Saúde questiona essa recomendação, porque para o governo, o parto normal é muito mais seguro para a mãe e para o filho.

• ter os pés no chão – Ouvi uma vez que ter um filho dessa forma, natural e sem anestesia transforma a mulher em heroína da própria vida. No último ano o número de mulheres que, estando em condições clínicas perfeitas para ter parto natural, sem anestesia, dentro de casa – que enfrentou o preconceito social e do sistema de saúde formal e escolheu uma parteira é incrível . Essa opção deixou de ser uma opção de pessoas humildes ou hippies, naturebas, alternativos que se alimentam de amor e uma cabana.

a mulher empoderada mantém os pés para baixo durante o parto, assim não perde a conexão com a mãe terra e nem consigo mesma

Muitas mulheres lindas, colunáveis, de alto poder social, passaram a ter orgulho de mostrar que são mulheres que respeitam seus corpos físicos, espirituais e acima de tudo fisiológicos. E que depois dessa experiência ainda ficaram mais bonitas.

Esse assunto esteve na mídia há um ano quando a modelo Andréa, mulher do ator Marcio Garcia teve o terceiro bebe na própria cama, em casa, com a parteira @heloisalessa, o bebe nasceu com 3,95kg (repare o tamanho da criança) e 50cm , o primeiro filho dela foi cesárea, o segundo parto normal no hospital e esse em casa.

caras.com.br

erik e larissa 4 meses depois da chegada do bebe

A também modelo Larissa Burnier casada com o ator Erik Marmo, teve o Daniel de parto normal e em casa, também com a @heloisalessa, o bebe nasceu com 54 centímetros e 3,8 kg.

• Hoje sinto o meu dia ganho. Gisele Bündchen relata o nascimento do seu filho na água. Parir com uma parteira e na água é uma prática muito usada fora do Brasil. O bebe já estava dentro da água quando estava na barriga da mãe. Quando nasce ele ainda está respirando através do cordão umbilical por isso não se afoga. O bebe só passa a respirar pelos pulmões quando o cordão é cortado. Nesse vídeo abaixo, filmado pelo Dr. Miguel, da Clinica la Primavera, no Equador, pode-se ver como é um parto na água – É LINDISSIMO!  NÃO PERCA, É UMA POESIA, o parto de Gisele Bündchen deve ter sido semelhante

• pôs as pernas pra fora – Nesse domingo, escutamos um verdadeiro Show da Vida com o relato fantástico da nossa superpoderosa modelo Gisele Bündchen, que aparece exatamente quando acaba o resguardo (6 semanas). Ela coloca com perfeição e simplicidade as questões do tempo do parto (8 horas é muito bom para 1º filho), da conexão com a mãe – ancestralidade – não delega para 3º. Ela fala da esperança e desejo de imaginar que a cada contração o bebe estaria chegando mais perto dela, assim ela transformou a dor. reveja a entrevista do Fantástico

• desnuda de corpo e alma – A menina da capa das meias de nylon, se coloca inteira, Gisele Bündchen se despe e nos mostra a pureza do seu espírito, se coloca assim conectada como um modelo, não de passarelas, mas modelo do Universo Feminino, assim com a mesma importância, força e a coragem se colocaram as “veteranas” Andrea e Larissa quando decidiram ter filhos de forma natural.

Todas essas modelos profetizam no seus relatos a Ciência do Início da Vida, tese escrita e defendida pela renomada psiquiatra Dra. Eleanor Madruga Luzes, esse trabalho está disponível para lido, copiado e divulgar no link acima e todo mundo deveria conhecer.

Agora, com essa grande bandeira hasteada, em pleno horário nobre, sigamos passo a passo esse modelo de vida.

E eu, Bia Fioretti, dentro desse universo feminino, caminho pé ante pé para registrar essas histórias no projeto Mães da Pátria .Dediquei todo esse final de semana a esse post, na esperança de encorajar cada vez mais mulheres a viver, com segurança, essa experiência. Desejo, em curto espaço de tempo, que a população de deusas do feminino e de bebes iluminados aumente, para assim termos o nosso planeta + feliz, + protegido e + respeitado.

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caos – parade


Comunicado: dessa vez eu não participei da cow parede, já recebi vários e-mails perguntando isso. Da outra vez fizemos a CAOS em parceria e batizada pelo Giba Reis,  fiz o desenho como expurgo de uma crise pessoal e recomeço vida. Caos foi uma vaca supercolorida inspirada no meu processo de desconstrução – A cabeça virada pra traz e pra cima, morte e renascimento, as tetas estavam partidas, uma alimentava a terra a outra o espírito – http://saopaulo.cowparade.com/cow/detail/3216

Entrei no processo de seleção cow parade por um desenho, que enviei após ter recebido uma mala direta, o desenho foi selecionado e não foi escolhido pelos patrocinadores para ser produzido. Uma semana antes do lançamento a própria organização ligou e me convidou a fazer a Caos, a própria cow parade seria a patrocinadora da vaca. Passei um final de semana no galpão, com a equipe de montagem do evento, serrando e colando com resina e fibra vidro aquele bichão.

Inauguração: tremenda badalação no MIS, e a CAOS tava logo na entrada, o idealizador máster da cow parade NY me falou que foi das vacas mais diferentes que já tinha sido produzida. Incrível! Mal sabia ele que era o meu espelho, era como me sentia, picada, esquartejada e tentando achar uma estética no meu universo caótico.

Depois do Mis a vaca passou uma semana no Iguatemi, quando foi consignada por uma loja de criança, a vaca que representava a minha desconstrução, morta e esquartejada, ficou conhecida como a vaca cubo mágico.

Soube que foi atropelada na Al. Lorena, depois restauraram. No leilão, da cow parade a Caos foi arrematada entre os maiores valores da noite soube que ela se instalou numa fazenda. No final do concurso, levamos o 1º premio do júri especial da cow parade dividimos o podium com ao artista plástico www.ricolins.com/ com a vaca O+Avesso+do+Avesso. Não posso negar que isso me deixou + feliz

A experiência foi incrível, aconselho a exorcizar na arte as angústias e o sofrimento, quando conseguimos transmitir originalidade num trabalho, ele acontece.

Mas dessa vez, 2010, não tinha fôlego pra mergulhar tão fundo no inconsciente – e passar outro parto criativo

valeu Guto – http://euviavaca.blogspot.com/2005_09_11_archive.html– vc  guardou a minha memória – algumas dessas fotos tavam na sua página até hoje

leite

prêmio cow parede

look cowparade – festa do Mis,  garimpei essa jaquetinha do Kenzo, num brechó, http://www.kenzo.com – amei, supercolorida, retângulos partidos com fatias de frutinhas de cores alteradas – tipo negativo. O resto era pretinho básico mesmo , mas a jaqueta mudava o efeito dia a dia. Quando abri o armário não sabia o que tinha influenciado o que? A jaqueta inspirou a vaca ou vice-versa? O fato é que tudo se mimetiza no universo da Bia

casaco kenzo vintage

jaqueta kenzo - vintage

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