Essa Alice, sim, é uma Maravilha!
Alice Prin, nasceu em Chantillon-sur-Seine em 1902, aos 15 anos pra fugir do tédio e exaustão do trabalho em uma padaria resolveu aceitar uma proposta de ser modelo. Ahñ??? modelo no início do seculo XX???? Sim modelo nua, daquelas mulheres peladas que posam para pintores. Pelo menos até ser pega em flagrante, por sua mãe que ao ver a cena surta, expulsa e deserdada a menina. Alice, aos 16 anos (1918) foi viver em Paris, precisamente em Montparnasse no meio dos artistas, fazendo o que sabia fazer melhor, exibir o seu corpinho nú.
Alice se tornou Kiki de Montparnasse, a queridinha, a “popular”, a musa inspiradora de todos os artistas. Seu corpo foi retratado de todas as formas, em todos os estilos, estava em todas as exposições. Kiki não era prostituta, ela era liberada e os amantes era ela quem escolhia.
Viveu com vários artistas mas ficou muitos anos com fotografo Man Ray, posou para Kisling, Fujita, Calder,Lerger
Ela foi amiga de Utrillo, Miró, Matisse, Stravinsky, Modigliani e até de Picasso. Ela não vacilava em colocar a sua sexualidade a serviço de seus amigos, mostrava os peitos ou levantava a saia pelas mesas de bar só para arrecadar uns trocados pra algum artista amigo que tivesse necessitado de grana.
Na realidade Kiki foi uma mulher emancipada nos anos 20. Mais do que libertina a sua maior ousadia foi ter liberdade de expressão.
Kiki foi musa inspiradora em quadros, fotos, manifestos. Mas ela também foi uma artista: foi dançarina e cantora de cabaret, fez desenhos e teve sua própra exposição, escreveu um livro de memórias de infância, que óbvio, o livro foi censurado ( censura até naquela época). Imaginem só, o prefácio de seu livro foi escrito por alguem nada menos que Hemingway: “ ela era maravilhosa de se ver, sendo seu rosto naturalmente bonito, ela o havia convertido em obra de arte, tinha um corpo prodigiosamente belo e uma voz agradável…. Kiki foi sem dúvida a rainha desse bairro de artista, sonho e destino de milhões de pessoas nos anos 20, e chegou a simbolizar tudo que oferecia Montparnasse”. Naqueles poucos quarteirões, entre os anos 1900/1930, aquele grupo de artistas mudarar am o conceito da estética, Marcel Duchamp definiu como “a primeira colônia de artistas verdadeiramente internacional
Kiki, foi amante de Man Ray, fotografo surrealista, quando se conheceram ela disse: “Conheci um americano que faz fotos incríveis. Vou posar para ele, ele tem uma pronuncia que me encanta e está sempre envolvido em ar de mistério”
Enquanto ela achava isso dele Man Ray dizia pra ela: Kiki não me olhe desse jeito, me faz sentir um estranho!”
Man Ray pediu pra Kiki posar pra ele, ela brincou dizendo que as fotos mostrariam seu pequeno defeito físico, ele insistiu até que finalmente ela aceitou.”Tirei vários retratos concentranto-me em seu rosto. Pronto desisti… outros pensamentos me atormentavam sem cessar. Disse que se vestisse e fomos a um café.
No dia seguinte, “Assim que ela chegou, mostrei as fotos e ela ficou muito impressionada e logo decidiu tirar a roupa , atrás de um biombo, enquanto eu arrumava câmera fotográfica sentado na borda da cama. Quando ela apareceu, disse que sentasse ao meu lado. A envolvi com meus braços e ela fez o mesmo; nossos lábios se encontraram e nos jogamos na cama. Aquela tarde não houve sessão de fotografia.
Man Ray fotografou Kiki por anos, ele é dos primeiros artistas a trabalhar sistematicamente com a mesma modelo desse trabalho resultou a série de fotocolagem de Kiki – uma obra surrealista da fotografia, 1924
Footage de Ki ki from the films of Man Ray and Fernand Leger. For an extra beautiful Kiki experience
filme surealista – i m p r e s s i o n a n t e – foi feito nos anos 20
Kiki depois dos anos trinta se apaixonou por um arrecadador de impostos que tocava acordeom e piano. No inicio ele ia busca-la na saída de seus shows de Cabaré, depois aos pouco ele a afastou do grupo e foram fazer shows em Paris, até Kiki ter seu próprio cabaré Chez Kiki.
O espírito irreverente e desafiador de Kiki está interpretado e exposto em muitos museus pelo mundo. Kiki apesar de toda sua liberdade sexual, nos oferece, com suas histórias um tempero especial além das cores e dos ollares brisados que estão congelados nas paredes. Sepre me perguntei, quem teriam sido essas modelos?
Podemos dizer que Kiki de Montparnasse foi uma mulher impressionista com espírito e atitudes surrealista.
Bia Fioretti
No mes passado quando saí das Canárias passei 24 horas em Madrid, lá encontrei um livro El Paris de Kiki, enorme pesadissimo mas não resisti. Essa semana nem acreditei qdo vi no caderno 2 do Estadão o lançamneto dos quadrinhos. Se quiser ler a histórinha dela de uma forma deliciosa e cheio de humor , vá nos quadrinho , se quiser conhecer a historia de Montparnasse, com mapas, convites, as historias de todos os artistas, prefira encomendar o livro, apesar do trabalhão vc fará uma tremenda viagem !
Kiki de Montparnasse – de Catel Muller e Louis Bocquet – em português -vencedor do Prix Essentiel FNAC em Angoulême, do Grand Prix RTL Comic Strip e do Millepages BD. O livro chega agora ao Brasil pela Editora Record. Mais sobre quadrinhos aqui
ElParis de Kiki, artistas e Amantes 1900 1930 Billy Klüver Julie Martin –Tusquets editores