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Senhoras Super Poderosas, no centro de São Paulo


“The difference between men and boys is the price of their toys”

hoje no Pateo do Colégio (no centro de São Paulo) se transforma no pátio da história do motociclismo brasileiro


7:30h, manhã fria de domingo chegou cedo para uma série de matronas empoderadas de duas rodas que se preparavam para atravessar a cidade no fôlego do sua idade.

Harley Davidson motor "Panhead" 1949

Fortes e vigorosas, polidas e de banho tomado, estas senhoras motocicletas, ícones de muitas gerações, saíram de suas garagens, sem ratear, para mais uma aventura. (Encontrei essa deusa numa rua perto de casa e não resisti segui essa raridade porque não podia acreditar que ainda pudesse andar Harley Panhead)

Pra se manterem divas, elas dependem exclusivamente de seus valentes cavaleiros que não perderam o romantismo pela mecânica de uma motocicleta e se dedicam horas a fio a cada peça, encaixe e conexão para manter a juventude dessas relíquias. Esse bravos e preciosistas artesões se deliciam nesse prazer, quase sexual, de reverenciar uma moto antiga, sabem concertá-las no meio da estrada, improvisam soluções e numa relação simbiótica mantém -se fiel a velha companheira. Por mais trabalhosas ou caprichosas que elas sejam um não abandona o outro.( Sinto pela nova geração, as motos eletrônicas perderam esse glamour e criatividade, elas podem oferecer mais conforto mas não mantém vínculos tão poderosos com seus donos. Para essas nobres anciãs sobreviverem por mais algumas décadas jovens guardiões precisarão aprender “mecânica como um velho ofício ).

Na chegada ao  centro da cidade,  elas não pareciam tão idosas assim, Poderíamos até nos perguntar de que ano  seria essa foto? O cenário era perfeito, um filme de época.

A medida que se aproxima da Praça da Sé, outras tantas respeitadas anciãs de duas rodas se aproximam alvoroçadas com seus roncos bem particulares e enfrentam a valentia da prospota desse encontro que é: ” todas chegassem rodando e não sobre uma carreta”. O que faz que seus guardiões tenham mais cuidado ainda com a manutenção delas.

A cada esquina a festa promete mais espetáculos, os colecionadores capricham na apoteose de suas divas.

7º Encontro de Motos e Cia 2010, o idealizador do evento é Antonio Carlos Lopes, o encontro é  organizado pelo site http://www.motoecia.com.br, desde 2004, quando reuniu 300 motocicletas na área externa do Pateo do Colegio.

Desde então o evento cresceu, e na última edição reuniu mais de 1000 motocicletas e um público de 12 mil pessoas. Todas as fotos são de hoje, elas foram tiradas as 8:00 da manhã, desde cedo já estava bem badalado, tinha uma energia incrível e o melhor é gratuito. VALE A DICA PRO DOMINGÃO – todos estarão lá até as 16:00h.

2º PARTE

 – Não resisti e voltei depois e foi impressionante a quantidade de motocicletas antigas e de visitantes.

As antigas ficaram no pátio do lado de dentro, mas uma multidão de apaixonados por motos dominavam o lado de fora com suas poderosas de todas as idades.

originalidade é que não faltava, o pessoal levou a risca a proposta do evento

(Eu não consegui descobrir porque a palavra motocicleta é feminina, mas que é maravilhoso ver um bando de homens cuidando e paparicando dessas velhas senhoras, me fez gosto mesmo sendo só pela questão do gênero da palavra motocicleta).


Hoje dia três de julho 2011,a invasão de motocicletas clássicas no páteo do Colégio para o 8º Encontro Moto e Cia Classic promete ser o maior encontro do país, deste gênero.

O evento é organizado pelo site Moto e Cia (www.motoecia.com.br), e espera reunir mais de 900 motos clássicas, além de um público estimado em 12 mil pessoas

Para participar o motociclista precisa comparecer ao local do evento com sua motocicleta clássica, fabricada até 1979. Não há taxa de inscrição e a entrada é gratuita.

Endereço: Praça Pateo do Collegio, 02 – Centro de SP
Horário: A partir das 8hs
Entrada: Gratuita
Informações: http://www.motoecia.com.br ou 0800 015 43 21


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Vanguarda ou tradição, porque não os dois?


tia Iracema, entre 1930/40

Tia Iracema (irmã da minha bisavó) foi das mulheres mais incríveis que já conheci. Foi um grande personagem da minha adolescência.

Imagine uma senhora de mais de 80 anos vivendo nos anos 70, vestido de velhinha, sapato de velhinha, salto baixo plataforma com seu enorme dedão a mostra. O cabelo, igual da foto, branco mais macio que algodão com corte Chanel.

lata de 1971

Na época lançaram as primeiras cervejas de lata. Uma lata tão forte que não amassava. UAU! Abrir uma lata e ouvir o barulho. ZZZZZZZZ!

Tia Iracema vivia no Rio, nós morávamos em São Paulo, estávamos passando as férias na cidade maravilhosa e como de costume fomos vitar a bisavó (ela morava na rua Joana Angélica), encontrei tia Iracema a caminho da igreja Nossa Sra da Paz, quando ela me viu, me chamou de lado e mostrou, em pimeira mão e com o maior  orgulho, o relógio que tinha acabado de fazer.

Ela havia desmontado seu antigo relógio de ouro, customizou uma pulseira feita de argolas de cerveja e pequenos alfinetes dourados. Incrível!

infelizmente não herdei o arroubo criativo da titia, então criei esse modelito no photoshop

era deboche ou genialidade? Olhava o pulso dela absoutamente  fascinada,  era a coisa mais incrível  que já tinha visto,  imaginava ela rezando e a cara do padre vendo relógio da beata? KKKK (veja bem, estávamos nos anos 70 e ela já havia reciclado uma latinha de cerveja).

Só de ouvir as risadas de tia Iracema com as outras tias era motivo suficiente pra eu largar qualquer brincadeira com as outras crianças. Apelidei-a de Tiazona,  era tia + ZONA (alegria + bagunça).

meu pai, arquiteto, também era bem moderninho

Então Tiazona veio nos visitar em São Paulo, (lembre-se anos 70s). No final da tarde ela e meu pai sentaram no sofá da sala, ela pediu um cerveja preta e também queria escutar uma música, aquela, disse ela,  que começa com o barulho das moedas. Pink Floyd? Aquela música que meu pai escutava sempre e que na época eu não dava a menor bola? Foi aí, que dei valor aquele disco com capa preta com as cores do arco-íris. Se Tiazona gostava devia ser bom mesmo.

Eu, uma menina quase uma adolescente que acreditava que a pessoa mais moderna do mundo era uma tia velha irreverente. Incrível!

Ela trouxe de presente pra minha mãe o jornal do descida do homem na lua (que havia sido alguns anos antes), ela disse que era um presente para meu irmão que nasceu em 69, com o argumento nunca guardávamos a nossa memória junto com os acontecimentos marcantes que permeavam as nossas vidas.

lembro-me bem desse dia,  estava deitada no colo da minha mãe, com a cabeça na barrigão dela, na hora que o homem pisou na lua, o meu irmão deu um chute bem forte, eu levei um susto. A barriga da minha mãe era mais estranha que a lua. Ou teria um astronauta lá dentro?

Quando Tiazona morreu devia ter uns 16 anos . Fomos ao Rio para o enterro e para esvaziar o quartinho que ela vivia. Minha mãe, minha tia, e eu abrindo caixas. (sabe porque adoro fazer albuns e arrumar meus guardados? para o dia que eu morrer as pessoas entenderem a minha história e terem pena de joga-la no lixo, faço direção de arte em albuns, caixas, bloquinhos de anotações) Muitos papéis, revistas e alguns livros, fiquei com dois livros encadernados escritos a mão que iam para o lixo e uma caixa de prata com as iniciais LG ( depois conto o significado dessa inicial).

Os livros eram os diários contábeis de soldos de almirante, do falecido marido, datam desde 1907 , além disso haviam muitos documentos de patentes militares e condecorações, assinado inclusive por D. Pedro, isso será assunto pra muitos posts…aguardem

Esse é um dos books – o passado, o presente e o futuro – todos alinhados em uma tenue linha. Pra  tia Iracema o tempo era apenas uma questão de cronologia onde os 3 tinham a mesma importância.

Fazendo esse post, me dou conta que mesmo eu sendo criança já buscava uma referência do que é a magia de envelhecer. Tia Iracema é um dos vértices do feminino dessa Bia Fioretti, que tanto busca a essência nas mulheres pelo mundo.

Com essa tia, aprendi a traçar um paralelo das nossas vidas com a história – associar os contecimentos juntos na nossa memória. Hoje eu digo que ao traçar uma linha do tempo, o futuro pode estar tão eqüidistante quanto o passado. Como fazer isso? Pra mim é manter o passado consciente, os sentidos aguçados em alerta e encontrar e transformá-los em tendências. Vc não poderá prever a história mas quem sabe poderá fazer parte dela.

Ter tias fortes com um feminino marcante me faz lembrar um livro lindo, “ A Ciranda das Mulheres Sábias”,  Clarissa Pinkola Estés – que fala muito da influência de tias fortes na nossa vida. É lindo recomendo!

MEUS LOOKS:  o tal relógio sempre esteve presente na minha memória, talvez por isso sempre busque na sutilezas a tal irreverência.

Casaco alfaiataria, os botões dourados, são chaves antigas de verdade: Alessandra Hyppolito. Amor a primeira vista, quem me vendeu me afirmou que ela havia trabalhado no atelier de Vivian WestWood em Londres, não tenho certeza. Mas o casaco é um luxo faz o maior sucesso.

as chaves são de verdade, bem antigas

Relógio M&Co comprei na lojinha do MOMA NY , percebeu a sutileza????? rssss, a titia ia achar o máximo

repare na órdem dos números

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o mundo conspira


Como é difícil tomar um decisão, principalmente diante do desconhecido, enfim acordei numa segunda disposta a fazer um curso: Aprenda a fazer de Bolg – http://www.escolasaopaulo.org/atividades/aprenda-a-fazer-blogs-2/aprenda-a-fazer-blogs com com a blogueira lilianeferrari.com,  Incrível! Vale super a pena. Mal dormi a semana toda de tanta ansiedade em não precisar pedir favor a ninguém pra desenvolver trabalho” internauticos”. Como é de se esperar tudo conspira contra, CARACA, nunca tive tanto trabalho na agencia e pra conseguir sair as 6:00h foi um parto, mas como de parto eu entendo, rss, www.maesdapatria.com.br 18:00 quinta- feira – última aula, São Paulo a beira do dilúvio e eu com 4 reuniões previstas pra sexta com 3 diferentes campanhas pra entregar. Só mesmo Nossa Sra. do Layout pra fazer um milagre. Mas como: cada dia sua agonia, eu precisava primeiro de uma arca de Noé pra absorver tanta informação dentro da sala de aula.
11:00, da noite descobri que o pai das crianças não tinha ido busca-los e “aquele” jantar romântico reconciliatório tinha que ser desmarcado, dei um piti total. Surtei, gritei, chorei, sem dó nem piedade.

5:00 da manhã, sexta acordo sem mal ter dormido, chego na agencia antes das 6:00 da madruga, afinal precisava de um milagre divino, graças a Deus meu assistente já estava lá. Enquanto orientava ele num job eu acabava outro. Enquanto as 10:00 saía 3 opções de cardápio, eu ia pra uma reunião de concorrência, pegar um novo briefng. Ao 12:00 tive uma entrevista para uma possível matéria do projeto de Resgate do Feminino, maesdapatria.wordpress.com às 14:00 apresentamos uma campanha pra pdv de banca de jornal – lançamento de uma coleção de literatura, às 16:30 fui para uma incorporadora apresentar um estande de vendas. UAU!!!!!!!! faz tempo que o mundo não conspirava assim…

18:30 Se acha que o dia acabou? Não tinha nem almoçado, fui pra casa, as crianças ainda estavam de férias estava cheia de remorso do “Piti” da véspera. Hum! cheirinho de milho cozido, irresistível, se os povos Mayas acreditam que o milho tinha uma alma dentro da espiga, como um ser humano. Comer milho tinha que ser regenerador de energia. Arrisquei.

Os Mayas chamavam o milharal de "os rios de luz dos Deuses"

A noite era uma criança pra quem tem filha adolescente, e tinha a balada pré volta as aulas, socooorro, virar outra noite, não dava. A última vez que ela reuniu a galera em casa eu dei um basta as 7:30 da manhã. 21:00 Ainda precisava estar meiga e paciente para amenizar o ex-jantar romântico da véspera. Fomos a um rodízio japonês, a 3, o filhote foi junto, e pra variar ele tava inspiradíssimo, rimos muito com ele.

00:00 sábado Na volta do jantar a batalha contra o sono, dessa vez não aliviei, a festa pra ela terminou às 2:20, com cara emburrada e batendo a porta do quarto estávamos todos em casa, o namorido também. Finalmente o dia ia terminar, ou quase, rsss ….
Eu que iniciei a semana cheio de planos internáuticos e decidida a fazer o meu blog, passei o dia sem sequer abri meus e-mails, pelo menos consegui não faltar no curso de blog afinal, já é sábado e o final de semana já havia começado.

Look para um dia de CAOS; (não era a Caos da cow parade) pretinho básico (me perdoem os Orixás, sorry, apesar de ser sexta, hoje tem que ser pretinho mesmo, nada sobrevive ter que estar apresentável por quase 22 horas)

look 24h no ar

– CASACO http://www.takashimaya-ny.com/ – coleção roupas para viajar (não amassa, sugestão do Osvaldo, sales associate, brasileiro no último andar, gentilíssimo) – style japonês, com mangas sino (para dar paciência) – BROCHE ARANHA http://rebecaguerberoff.com.br/ (para ter proteção) – calça preta tipo retinha, mais curta, e lógico, sapato vermelho (Giovana Hassler, por onde anda Giovana Hassler? adorava seus modelitos), “AMOOOO SAPATOS VERMELHOS”, tenho vários, minha mãe contava um história de uma menina que quando colocava sapatos vermelhos não parava de dançar – pelo menos dei conta de tudo e ainda terminei o dia apresentável e o assunto rendeu para um primeiro post.

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