Conheci a Marieta num encontro de parteiras tradicionais em Brasilia, ela teve a Gigi em casa com o marido, uma parteira e uma doula ( acompanha e cuida da gestante, faz massagem, chás, banhos antes e depois do parto). Convidei a Marieta pra dar um depoimento:
“Durante a gravidez, optei por ter minha filha em casa. Eu sabia, no fundo, que se fosse pro hospital, as chances de ter uma cesárea eram enormes. Por essa e por várias outras razões, decidi procurar uma parteira e me preparar para essa aventura.
Eu queria parir a minha filha, não queria que ninguém fizesse isso por mim.
Li muito, estudei, me informei e ganhei confiança no meu corpo e na minha capacidade de parir. Eu não queria anestesia, oxitocina, episiotomia, epidural, soro, bisturi… não queria nada disso.
Queria sentir o instinto primitivo da mãe que dá a luz e amamenta seu filhote. Eu queria viver esse momento verdadeiramente, consciente e lúcida.
Eu costumo dizer que, hoje em dia, para ter seu filho de forma natural, é preciso lutar muito. E eu lutei.
Primeiro para convencer a minha mãe de que eu não estava completamente louca e que um parto em casa é seguro, sim, senhor. Depois tive que ter muita paciência ao escutar inúmeros comentários absurdos, grosseiros e desrespeitosos.
Eu não falei pra quase ninguém, poucas pessoas sabiam dos meus planos. Eu preferia não falar pra evitar o desgaste, pra evitar o estresse. Até porque as pessoas sempre acham que sabem o que é melhor pra você. Mas, tudo bem. Segui com meus planos até o final.
Me preparei fisicamente, psicologicamente, espiritualmente.
Fiquei vinte e duas horas em trabalho de parto e pari a minha filha em casa, ao lado da cama onde ela foi gerada, de cócoras, com a ajuda do meu marido, de uma parteira, de uma doula e sob os olhares carinhosos de minha mãe.
Foi simplesmente a experiência mais linda e enriquecedora da minha vida. E o melhor de tudo: foi o dia em que conheci Gigi, minha florzinha mais amada do mundo! Salve, salve, Gigi!!!”
Salve, salve Marieta uma verdadeira mulher, heroína da sua própria história. Marieta e Paloma fazem parte do meu projeto pessoal Mães da Pátria, Resgate da Essência do Feminino através das Parteiras que conta histórias de “mulheres de verdade” conectadas com o feminino.